sábado, 29 de janeiro de 2011

17 - As Pirâmides de Gizé



Ao terminar o passeio na igreja da aparição fomos ao hotel para deixar as bagagens e logo em seguida sair novamente para assistir ao show de som e luz nas pirâmides, aquele que o Haissan insistiu tanto para vermos quando chegamos ao Cairo na primeira noite antes de pegarmos o cruzeiro.

Nas conversas dentro da van, como sempre, o tema principal era futebol, é quase obrigatório brasileiro saber os nomes de jogadores bem como qual time estão jogando, neste caso tive sorte, pois a Pri adora futebol e sabia dizer por onde andavam todos os jogadores que Haissan perguntou.

Eles disseram então que era costume no Egito dar nomes egípcios aos visitantes, creio que seja verdade, por que o Abdul já tinha nos batizado de Nefertari e Cleópatra em Aswan. Começaram a falar em árabe, acho que combinando qual nome nós teríamos.

Finalmente recebi o nome de Sahara que significa magia, luz e encanto, a Pri foi chamada de Amira que é o nome de uma princesa egípcia.

Pediram que escolhêssemos nomes brasileiros para eles. Depois de confabular escolhemos para o motorista um nome bastante ilustrativo, muito parecido com ele e o batizamos de “Ganso” para o Haissan escolhemos também um nome que traduzisse esta pessoa tão peculiar e o batizamos de “Pato”. Evidente que esclarecemos serem dois ótimos jogadores brasileiros. Então Haissan ficou feliz, pois, já conhecia o jogador.

Terei que admitir que Haissan tinha razão em insistir. O show é realmente maravilhoso! A história das pirâmides é contada em várias línguas por aparelhos com fones que pegamos logo na entrada.
O que segue é uma corrente de várias sensações juntas, o céu está claro, e é possível ver apenas a sombra das três pirâmides majestosas iluminadas pela luz da lua.
Em seguida todas as luzes se apagam e um som anuncia que o show vai começar!






Pela manhã sabemos que faremos a visita às pirâmides, após o show fomos para o hotel onde pudemos descançar e aguardar o grande momento.

As pirâmides estão localizadas na esplanada de Gizé, na antiga necrópole da cidade de Menfis, e atualmente integra o Cairo, no Egito. Elas são as únicas das antigas sete maravilhas que sobrevivem ao tempo.

As outras seis eram: O Farol de Alexandria, o Mausoléu de Halicarnasso, o Templo de Artemísia em Éfeso, o Colosso de Rodes, os Jardins Suspensos da Babilônia e a estátua de Zeus em Olímpia.

As pirâmides foram construídas há aproximadamente 4.500 anos, por volta de 2.550 a.C, como tumbas reais para os faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos – pai, filho e neto.
Em tempos remotos ao pé da escarpa corria um canal do Nilo, que separava a zona desértica da terra fértil.

                                          Foto do site: Wikipédia

As pirâmides estão dispostas diagonalmente com um enquadramento de noroeste a sudeste, de modo que nenhuma cobre o sol das demais, e foram construídas na margem oeste do Nilo, na direção do sol poente. Os egípcios acreditavam que, enterrando seu rei numa pirâmide, ele se levantaria e se juntaria ao sol, tomando seu lugar de direito com os deuses.

A grande pirâmide, como também é chamada, foi construída para ser a tumba do grande Faraó Quéops, da quarta dinastia cujo reinado se estendeu de 2551 a 2528 a.C. sob a supervisão do vizir Hemnu.
 Sua altura, corresponde a 49 andares e manteve-se como a maior construção feita pelo homem até a construção da torre Eiffel em 1900.

Para sua construção foram necessários 100.000 trabalhadores por mais de 30 anos, foram usados mais de 2.000.000 de blocos de pedra calcária, cada qual pesando em média duas toneladas e meia.
Sua altura original era de 146,60 metros, mas atualmente é de 137,16 metros, pois, falta a parte do seu topo e o revestimento.

             Devo aqui fazer uma confissão!

Juro que em toda minha vida nunca havia ficado tão maravilhada frente a um monumento. Quando ficamos em frente à pirâmide dá uma sensação absoluta de grandiosidade que nos coloca imediatamente na condição de formigas.

Aquele monumento gigantesco, erguido imponente e majestoso remete ao pensamento de que a raça humana é realmente digna de atenção por parte dos deuses.
Fica difícil descrever o sentimento que segue no minuto seguinte ao deparar-se com uma construção destas!
 Os olhos precisam de toda a inclinação do pescoço ao olhar para cima e poder ver a ponta da pirâmide. Ao olhar para a base é preciso virar para esquerda e para a direita fazendo seu queixo quase encostar-se aos ombros para apreciá-la por inteiro.
Imediatamente, senti uma taquicardia e tremi. É absolutamente impossível ficar indiferente quando estamos perto deste monumento. É mágico! Incrível! Absoluto!




Como sempre o Haissan interrompe com a sua habitual delicadeza este momento incrível para dizer que não poderia acompanhar-nos ao interior da pirâmide, alegou ser proibido que os guias entrassem. Em seguida começou as explicações relacionadas ás construções.



Achei até bom! Começamos eu e a Pri nossa caminhada para a fila de entrada, subindo nos blocos de mais de 4.000 anos para ter acesso a uma abertura feita por saqueadores de túmulos logo abaixo da entrada principal.



 Tivemos que deixar as máquinas de filmar e fotografar na entrada aos cuidados dos agentes que ficam recolhendo os ingressos. Fiquei temerosa com isso, principalmente por que não havia nenhum lugar específico para guardá-las e a única garantia de que as receberia de volta era um pedaço do numero que foi rasgado do meu ingresso.

Mas... Lá vamos nós pela entrada estreita e muito baixa pirâmide adentro!

 Imediatamente o ar fica resumido, há uma rampa entrecortada com pedaços de madeiras para auxiliar na subida. O ângulo é de quase 90º para poder caminhar. É desaconselhável para quem tem claustrofobia, pois a sensação não é muito boa!

O acesso é o mesmo para quem sobe e para quem desce, então, além do esforço para poder agarrar-se ao corrimão e ter que ficar muito curvada, a cada dois ou três passos é preciso encostar-se na parede para dar espaço para quem vem na direção contrária.

Como sempre, em todos os lugares que visitei há uma grande presença da comunidade japonesa, e desta vez não foi diferente! Ainda bem! Por que em minha opinião, são turistas muito educados e gentis, na minha frente havia uma família inteira e dei muita risada da forma em que eles, à medida que subiam, exclamavam em japonês e  em inglês.

Ao chegar no fim da rampa só tem duas escolhas: Ou você volta e dá o passeio por terminado ou abaixa mais um pouco e passa por uma abertura minúscula para finalmente entrar na câmara do rei onde estava a múmia do faraó.

                                    Foto Wikipedia -  Rampa de acesso

A Pri não entrou na câmara, preferiu como muitos dos turistas, tomar fôlego no final da rampa onde há um lugar para descanço.
 Eu, no entanto, respirei um pouco mais e entrei , junto com duas jovens da família japonesa que estavam à minha frente.

Ficamos as três, paradas com olhares congelados e creio que sentindo a mesma emoção, por que ao entrar logo começamos a sorrir e olhar umas para as outras esperando qual das três tomaria iniciativa em caminhar até o sarcófago e olhar lá dentro.
O ar é escasso, as paredes escuras tornam o ambiente ainda mais pesado, é inevitável pensar quanto tempo conseguirei ficar ali.
 Sei que este é um momento especial! Uma daquelas ocasiões em que a gente percebe que serão únicas e inesquecíveis, no entanto apesar de entender isso, começo logo a me organizar para terminar o que fui fazer e sair de lá assim que puder!

Procurei no meu dicionário mental em inglês algumas palavras de incentivo e convidei as duas para irmos até o sarcófago. Ambas se olharam e concordaram, estenderam as mãos para fazermos uma corrente. Achei isso tão bonitinho!
 Então, nós três de mãos dadas caminhamos a passos lentos, sentindo no corpo arrepios que congelavam até os mínimos cabelinhos, juro por Deus!

Afinal, é um sarcófago, a pirâmide é um túmulo e por mais que tudo isso seja lindo, ainda assim, somos invasores, esta idéia me incomodou. E sinceramente acho que a elas também.

Chegamos bem perto, e a apenas um passo de olhar dentro do sarcófago nossos olhares se cruzaram e finalmente dei o passo seguinte para olhar o que havia lá.

E não havia absolutamente nada... Nem poderia! Este lugar foi saqueado, invadido, molestado. Todo o esforço feito para proteger o rei e o seu corpo para além da morte foi em vão!
E agora estávamos lá a olhar para um sarcófago vazio e a perceber o quanto isso foi injusto frente a tanto sacrifício e trabalho!

                                         Foto Wikipedia - Sarcófago do Faraó Quéops

Agradeci a companhia e saí da câmara. Encontrei a Pri e começamos o caminho de volta, encostando a cada três passos na parede até a porta de saída.







                            Este vídeo mostra com exatidão o que vimos por lá!



Ao sairmos da pirâmide nem preciso dizer. Encontramos o Haissan lá em baixo acenando e falando: “Yalaaaa!!!”.

Sim Haissan já vamos...já vamos.


2 comentários:

Alberto Valença Lima disse...

Oi Cris. Estive aí também. A emoção é mesmo incomparável e indescritível. Gostei demais do seu blog. Abração.

Verdades de um Ser => http://verdadesdeumser.com.br
O seu companheiro de viagem => https://oseucompanheirodeviagem.wordpress.com

Cris disse...

O Egito é mágico né Alberto!! Obrigada pela visita!! Abço!