terça-feira, 23 de novembro de 2010

2 - Aeroporto

Saímos de casa e passamos na casa da Pri conforme o combinado. Tudo certinho: Banho tomado, escova no cabelo, manicure nas unhas. Dentro do carro fazemos planos, estamos animadas, afinal estamos indo para o Egito! O pouco que pesquisei dava uma aura de magia e encantamento a este país, imagine só, ver as pirâmides, conhecer um dos berços da civilização, conhecimentos milenares tudo à nossa espera!!

Finalmente estamos prestes a começar nossa aventura, entramos na fila do check-in, meu passaporte ok, agora a vez da Priscila, eis que o atendente procura no passaporte dela a carteira de vacinação contra a febre amarela e NÃO ENCONTRA!

 Evidente que não! Ela não tem esta vacina! Eu precisei dela quando fui para a China, e já havia lido em um site que para ir a Paris estavam pedindo, ao relatar isso ao nosso agente de viagens recebi como resposta que não era necessário, pois algumas pessoas já tinham ido e voltado sem problemas, que não havia necessidade desta vacina para entrar na França.

Argumentei com Pri que por via das duvidas seria melhor fazer, por que se já havia acontecido com alguém poderia acontecer com ela, no entanto, ela também achou que não seria preciso.
 Muito bem! Não era necessário para ir á França, mas era o outro passaporte para entrar no Egito.
O atendente saiu para confirmar a informação desta necessidade e o momento de tensão começa a se instalar, o Ronaldo meu marido comenta:

-Acho que precisa desta vacina sim! E o atendente também sabe, mas ele está começando aquela história do gato que subiu no telhado.

Tic Tac, Tic Tac, minutos intermináveis, e finalmente ele volta com a confirmação, realmente sem a vacina não há como embarcar.

Então estamos as duas com cara de CHOQUE TOTAL olhando para o atendente da TAM e perguntando o que fazer. Ele tranquilamente diz:

- Sem esta vacina você não entra no Egito.

Sabe aqueles momentos em que dá um arrepio na espinha do tipo que sobe e desce gelando tudo? E que você sente um formigamento no couro cabeludo daqueles que levanta cabelinho? Pois é, é assim que estamos!

 Agora imagina duas bocas bem abertas e quatros olhos arregalados se olhando! Somos nós em momento de iceberg total, parece que o mundo parou no tempo! A cabeça procura uma solução imediata e não encontra!

 A Pri descongela primeiro e liga para o nosso agente de viagens, conta o que está acontecendo. Ele provavelmente depois de arrepiar e congelar também consegue falar quase caindo da cadeira:

-Pri, realmente, se precisa da vacina para o Egito e você não tem, não há como você viajar, já estou indo para ai.

Tá certo, depois de um extremo congelamento vem o extremo do aquecimento, a Priscila que estava branca começa a ficar vermelha de raiva, na verdade furiosa, os olhos começam a crescer de tamanho e ela já com a voz alterada começa a funcionar, e imediatamente faz algumas ligações.
 Quase fiquei com medo dela, definitivamente depois de tudo pronto, malas arrumadas, passaporte na mão receber uma informação destas não estava em nossos planos!

Vamos aos fatos: Estamos na fila para o embarque, falta uma hora e trinta minutos para embarcar para São Paulo, nosso vôo para Londres sai as 23h00min e estamos ainda em Curitiba sem a vacina.

A Pri começa a fazer seus contatos. Pensamos em ir ao posto da Vigilância Sanitária no aeroporto, de qualquer forma esbarramos num detalhe importante, a vacina precisa ter dez dias de antecedência do embarque.

O lugar possível para fazer a vacina está muito, mas muito longe do aeroporto.
 A Pri consegue então, falar com uma amiga que tem contatos na área da saúde e finalmente uma luz aparece no final do túnel quando ela dá o endereço de um posto de saúde que está aberto e que tem a vacina.

Ficamos eu e o meu filho Victor encarregado das malas enquanto o Ronaldo e a Priscila saem a campo em busca deste endereço. Imagino o que ela pode estar sentindo, afinal é a sua viagem de férias e não era para estar acontecendo isto! De qualquer forma, sabemos que se tudo der certo (e tem que dar!) daremos depois, muitas risadas desta situação, mas por enquanto, a situação é tensa.

 Vamos eu e o Victor para a rua arejar e pensar a respeito do que está acontecendo.
Estou indecisa entre dois sentimentos: Não sei se fico nervosa e irritada com a situação ou se fico aliviada por de repente estarmos sendo absolvidas de algum incidente, do tipo daqueles onde as pessoas perdem os vôos e depois descobrem que foi a melhor coisa que aconteceu em suas vidas!

Enquanto vou decidindo o que pensar, resolvi que entregar toda esta situação nas mãos de Nossa Senhora, era o melhor a ser feito!

Ligo para saber como estão as coisas, a Priscila me fala que o primeiro posto de saúde não aceitou vacinar por que não era perto do domicilio dela. Neste exato momento eles estão indo a outro posto de saúde. Enquanto estou ao telefone avisto nosso agente chegando e falando ao telefone com uma mão e acenando com a outra.

Ele me avisa que conseguiu transferir nosso vôo para uma hora mais tarde, desta forma teríamos tempo de chegar em São Paulo e pegar um taxi para o outro aeroporto ainda em tempo hábil sem muita correria.
Fiquei feliz com esta notícia!

Enquanto isso a Priscila e Ronaldo continuam buscando o outro posto de saúde que definitivamente insistia em se esconder. Para saber, este era bem longe do primeiro posto que eles foram, e cada vez eles estão se afastando mais do aeroporto.
 A necessidade é imensa! Ele precisa estar aberto e a pessoa que está lá precisa aceitar vacinar com data retroativa. A corrida é contra o relógio, e contra algumas regras também.
 A do relógio nós perdemos, bem como o nosso primeiro vôo, mas felizmente a segunda, graças às argumentações da Priscila e a intervenção de uma amiga foi vencida, a alma caridosa fez o que precisava ser feito.

 Agora temos uma hora para resolver tudo e poder embarcar, mas... (olha ele aí de novo!), eles precisam fazer o caminho de volta e fazendo uma conta muito rápida percebemos que não dará tempo para o segundo embarque.
 Perdemos o segundo vôo também.

Nestas alturas, penso comigo mesmo, “Nada é por acaso” se é para perder este passeio que seja agora, e se isso ao for algo bom? Vai saber!
De repente estamos nos livrando de uma bomba terrorista! Ai credo! Que bobagem!  Será que sou só eu que pensa nessas coisas? Novamente entreguei nas mãos Dela!

Então o nosso agente compra a terceira passagem de avião para São Paulo e me pergunta assim:

- Você sabe rezar Cris?

Eu disse:

-Claro!

Ele aperta os lábios levanta a sobrancelha e diz:

- Então começa, por que com o horário deste vôo vocês irão precisar de toda a sorte do mundo e mais a intervenção divina para poder estar no avião para Londres.

Ahh! Eu pensei... O que tiver que ser será! To tranqüila sabe aquela sensação que estava antes? Talvez encontrasse resposta para o que estava acontecendo, talvez fosse isso se configurando no mundo energético e agora materializando em toda esta confusão. Vamos ver!

Finalmente a Priscila chega de carteirinha na mão e vacina no braço. E enquanto o Ronaldo estaciona o carro tivemos que embarcar.
Não pude me despedir dele, isso para mim é muito ruim, todos sabem o que penso de viagens e saídas sempre faço questão de me despedir das pessoas, e ainda mais dele!
 Dei um beijo e abraço no meu filho e entramos correndo para a última chamada de embarque para São Paulo.

Um comentário:

Ana Carla Benet disse...

sempre penso essas besteiras antes de viagens aéreas ... #neura