terça-feira, 23 de novembro de 2010

3 - Em São Paulo

Chegamos! E assim que desembarcamos liguei meu celular, pelo menos uma parte deste trajeto estava concluída! Assim que o aparelho localiza uma rede começa a tocar, era o nosso agente:

- Cris, seguinte, a Priscila precisa chegar ao outro aeroporto antes de você, pois o agente da Anvisa estará esperando para carimbar o cartão de vacina dela, então ela sai agora correndo, pega um taxi e vai pra lá enquanto você fica para pegar as malas e seguir depois em outro taxi pode ser?

A Pri já me olhava com carinha de: “O que foi agora!?”

Assim que eu passei este recado a ela vi, uma mochila correndo. Era a Priscila com asinhas nos pés.

Tá bom eu pensei, essa parte é fácil, e comecei a descer para pegar as malas.

Você já ouviu falar naquela lei que quando você está atrasada, tudo e todos estacionam na sua frente?
Posso garantir, ELA EXISTE! Algumas pessoas definitivamente não sabem algumas leis éticas básicas! Como por exemplo: A de sempre deixar um lado de uma escada rolante ou passarela para as pessoas que estão com pressa poderem passar, isso é internacional! Infelizmente é apenas uma regra ética e não de fato.

Estava eu com muita pressa, fazendo um zig-zag maluco entre as pessoas, tentando desesperadamente não ser mal educada e ainda assim poder ultrapassar aquele emaranhado lento de “Passeadores”.

Tive que usar da minha mochila super, hiper, mega, blaster para abrir caminho e poder seguir entre os pedidos de “desculpa”.
Fora o tamanho e peso que ela tem, normalmente é muito útil para estas coisas, as pessoas quando me vêem com ela já abrem caminho!

Chegando à esteira consegui pegar as malas e no mesmo instante que peguei a mala da Pri lembrei uma frase que eu inventei quando fui pro Tibete! Que malas e karmas cada um que carregue o seu! Caraca! A mala da Priscila já saiu daqui do Brasil com 28 Kg! Vou esganar ela depois!

Achei um taxi, e juro por Deus, a expressão que o motorista fez quando pegou essas malas era de dar dó! Certeza que ele imaginou ser eu, uma daquelas doidas que levam a casa inteira quando viaja!

Assim que entrei pedi a ele que corresse o máximo possível, pois, eu tinha 20 minutos para estar no outro aeroporto, acho que depois dele guardar as bagagens ficou sem força o coitado, respondeu alguns minutos mais tarde o seguinte:

- Dona, a senhora sabe rezar?

Coincidência, esta era a segunda pessoa a me fazer a mesma pergunta no intervalo de uma hora.

Eu respondi:

- Sim.

- Então a senhora reze! Por que com o trafego neste horário e a distancia que estamos, levaremos com muita sorte uma hora para chegar lá!

Pela segunda vez comecei a rezar e pedir intervenção divina para o melhor.

Meu telefone toca, era a Priscila:

- Cris, avisa pro teu motorista vir pela rua tal (não lembro o nome), por que estamos parados num engarrafamento, acho que não conseguiremos chegar.

Ahh não!! Agora não! Pode parar! Nós vamos embarcar neste avião, de qualquer jeito! Pensei comigo mesma. Depois de arrepiar, congelar, esperar, carregar 50 kg de mala, mais uma mochila de 5 kg nas costas, ficar presa num engarrafamento, comer todas a unhas das mãos que estavam bonitinhas pra viajar, eu entro neste avião de qualquer jeito!

Meu motorista não parecia tão determinado quanto eu, mas acatou o conselho dado pelo motorista da Pri e pegou outra rua, eis a intervenção divina acontecendo, o transito simplesmente sumiu!
 Comentei com ele que se eu conseguisse chegar a tempo escreveria esta história e iria contar o quanto ele tinha sido importante para isso acontecer.
Gostaria que ele soubesse que estou cumprindo minha promessa!

Finalmente acho que este argumento convenceu, porque ele “acordou” resmungou alguma coisa que não entendi e sentou o pé.
 Resumindo, chegamos em 30 minutos!

Agora é comigo! Tira as malas do carro, paga o motorista, coloca no carrinho e sebo nas canelas!

Entrei no aeroporto certamente com cara de louca, por que no trajeto as pessoas viravam para olhar, que se dane! Preciso encontrar o balcão da empresa aérea!
 Comecei a correr empurrando uma montanha de malas, e olhando pra todo lado.
Meu telefone toca de novo! Jesus! Estava bem difícil correr dirigindo aquele carrinho de 50 kg com apenas uma das mãos, segurando uma mochila e atender o celular.
 Não me pergunte como, mas consegui! Era a Priscila.

- Onde você está pelo amor de Deus o avião está só esperando agente!

Olhei para o lado e estava ela com um comissário de abre alas nos esperando, éramos as últimas a fazer o check-in e tivemos a honra de ser acompanhadas por um atendente.
 Bem, consegue imaginar o que fizemos agora?  Começamos a correr de novo para entrar no avião.

As feições nada amigáveis dos passageiros do avião inteiro nos olhando era perfeitamente descritível.
 Maior climão!
 Imagine todos sentados, acomodados prontos para decolar e as duas madames chegando por último, e eu com aquela mochilinha meiga nas costas, batendo em todo mundo, sem querer é claro! Mas tenta caminhar rápido em um corredor de um avião!
Definitivamente meu sexto sentido com esta viagem estava certíssimo, eu sabia que alguma coisa estava precisando encaixar, acho que finalmente meu relógio desajustado encontrou o tempo certo.

Finalmente sentamos!

Olhar parado, fixo em um ponto qualquer.
Mudas, com cara de “Nem acredito”!
As pernas latejando.
Depois de alguns segundos nos olhamos e demos uma risada, de nervosas eu acho, levantamos as mãos e batemos as palmas.

Conseguimos!

O avião começa os procedimentos para taxiar depois o blá, blá, blá do cinto das máscaras, das portas de emergência.

Uma hora depois começa o jantar e pedimos duas garrafinhas de vinho temos que comemorar.

- Uhuuu! Vamos beber! Londres, aí vamos nós!!

Finalmente!!


A comemoração!!

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