Cheguei a uma conclusão importante sobre mim, estou uma pessoa preguiçosa, achei que iria demorar um "tanto" mais para finalmente assumir este conceito, mas sim... Estou preguiçosa e muito.
Tenho observado meus comportamentos e graças a algumas conversas com uma amiga que também é psicóloga pude finalmente assumir para mim mesma que estou acometida de uma lentidão de pensamentos arrasadora e por vezes uma vontade inexistente de responder algumas perguntas ou de explicar algumas coisas, ela simplesmente não vem!
Pensei que inicialmente isso teria correspondência com o meu momento de luto, não descarto a possibilidade, é possível que após viver momentos como estes, as pessoas que são jogadas em um turbilhão de emoções que chegam aos montes, ficam mesmo sem vontade de discorrer sobre alguns assuntos, ou sobre vários, não sei ainda.
O fato é que minha mente e coração estão literalmente dormindo para alguns assuntos do tipo: preconceito, noticias tristes da televisão, prepotência, raiva, briga de vizinho, o canalha que sempre se dá bem, mentira, políticos corruptos, a chata da Carminha com raiva da Rita e a chata da Rita vingando-se da Carminha, gente cínica, gente que só pensa em se dar bem e por aí vai...Não é que não me importe, mas sabe, creio que as opiniões que já dei a respeito estão boas, e não quero mais falar a respeito.
Esgotei meu tempo e paciência para estes assuntos, tirei férias destas opiniões, me demiti deste compromisso, e aqui vai minha admiração pelo meu pai, ele é jornalista e escreve em uma coluna para um jornal em SC, é ativo em suas opiniões, escreve sem medo, manda ver mesmo! Meu pai está jovem!
Estou precisando de calma, buscando coisas que ao invés de me deixar irritada me deixem simples, rindo sozinha, noticias que tragam conquistas, coisas que as pessoas entenderam, quero ver fotos de crianças e animais encontrados, de descobertas científicas, de uma dança bem executada, uma noticia boa sobre um amigo, situações e encontros ao “acaso” que deram certo só isso.
Estou pedindo muito? Talvez, mas sinceramente, sinto falta das noticias boas, de conversas inteligentes ou silêncios cheios de entendimento, sinto falta de tirar fotos quando estava sorrindo ou com os braços para cima em uma clara menção a Deus, sinto falta da gratidão, da mensagem no celular, sinto falta de encontrar com amigos pela rua e ficar numa rápida conversa, cadê tudo isso?
Quero a poesia do Quintana, o tango do Gardel e um dia de sol.
Há uma outra possibilidade a se pensar, talvez esteja mesmo ficando velha, apesar de não me sentir assim, mas alguns gostos também mudaram, hoje assisto ópera e até entendo o que está acontecendo, já aprendi a fazer empadão , não me importo mais com as buzinas atrás de mim, encaro com simpatia os assovios vindo das obras e tenho demorado mais nos abraços.
Concluo que a idade dá direitos, argumentos e aumenta o livro de receitas, concluo que as fotos e os programas de televisão são escolhas, e que a idade para mim está lapidando opiniões.
Estou de férias dos assuntos chatos, das tragédias e de pessoas falsas, de férias para quem me procura apenas quando precisa de algo, de férias para os antipáticos que nem dão “bom dia” no elevador, na verdade para estes estou invisível, e que permaneça assim, não quero contato.
Estou de férias por tempo indeterminado destes assuntos e pessoas que só chegam para desestabilizar e tirar de mim, mesmo que um pouco, a minha energia tão preciosa.
Pronto! Falei!
Acho que estou ficando velha e preguiçosa...Será?
2 comentários:
adorei Cris era isso que eu queria traduzir, bjs querida.
Ronaldo Blotta
E não é? To me sentindo até mais leve! rsrsrsrs
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