Por vários motivos preciso avisar que várias
coisas mudaram por aqui, algumas ficaram ótimas, algumas ficaram horríveis e
outras ainda não sei por que estão em período de teste.
Também não sei
dizer quando começou, não sei quando irá acabar, e se pudesse andaria com
aquela placa que se vê nas estradas: ”Devagar em obras” ou “Curva acentuada à
esquerda”.
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Cris com curva acentuada à esquerda! |
Ano passado como
em todos os anos da minha vida adulta, fiz a oração que sempre faço agradecendo
tudo que recebi e finalizava dizendo: “Obrigada por termos chegado todos juntos
ao final do ano”. Agora ainda não sei como fazer, na verdade eu nem sei o que
fazer, vou pensar nisso depois, ou não vou pensar, quem sabe deixar que tudo
tenha seu próprio rumo.
O que sei é que
por causa da perda irreparável que vivi tive que olhar para outros lados e
acabei percebendo que houve deslocamento de vários conceitos, idéias, e muitas
coisas mudaram de lugar!
Precisei aprender
e reaprender tantos comportamentos que ainda estou descobrindo como usá-los.
Vieram todos sem manual, então, apesar de saber que estão aqui, estou testando
aos poucos, tem muita coisa nova, mas outras que já estavam aqui estão com
fôlego renovado e as coisas novas estão com garra de principiante, o que dá
quase no mesmo.
Outro dia me percebi invadida de tantos
pensamentos desordenados que parei o que estava fazendo para dar atenção ao que
estava se passando e ao terminar aquela invasão em disparada de sensações
busquei a minha parte lógica de tudo pensei: Estou ficando louca!
Estranhamente ao
invés de ficar preocupada, comecei a sorrir e a perceber o quanto aquilo me
deixou livre naquele breve momento de viagem interna, quer saber? Adorei a
sensação que isso me trouxe!
Voltei no tempo
de estágio no Hospital Psiquiátrico para lembrar as feições dos que estavam lá,
comecei a rir por que a minha expressão era exatamente a mesma, o olhar vago,
uma expressão de sorriso e um caminhar lento e descompromissado.
Eu estava falando
sozinha, dando reposta para uma pergunta hipotética, ao mesmo tempo rindo de
algo que nem tinha acontecido ainda! E muito em seguida disso, já estava
pensando em como tudo isso ficaria “se” eu respondesse aquela pergunta que não
foi feita e planejando o que faria depois, por que isso mudaria muita coisa
naquela relação. E se isso mudasse o que deveria fazer!
Alooou! Terra
chamando! A pergunta não foi feita! (Oi?)
Nem ouso comentar
quantas vezes fiz isso em um curto período de tempo com diversas situações.
Já estava rindo sozinha, falando sozinha,
atuando em situações imaginárias, respondendo a perguntas que não foram feitas,
planejando ações sem necessidade e quase ligando para o meu médico pedindo para
me internar!
Tenho um conceito
terapêutico sobre a “loucura”, encontrados nos livros e no CID-10 (código
internacional de doenças), bem detalhadas para os sintomas, modo de tratamento
e prognóstico, o compêndio de psiquiatria também é muito bom para este estudo.
Vou conceituar loucura do meu jeito, como
sendo aquilo que foge do nosso comum e usual ok!
Entendi que a loucura é a minha/nossa parte
sadia, nos salva e por vezes por ser real nos coloca exatamente no ponto de
partida para o novo, a loucura é deliciosamente descabelada, atrevida e
desbocada, a loucura tem a petulância da verdade e corre sem medo para o que dá
alegria, corre para o choro largado também, dá de dedo no malandro, não aceita
preconceito e se alguém o chamar de louco vai dar risada e responder:
- Você acha?
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Fonte: Google |
Aiiin quero isso
bastante! Ando sofrendo de saudades do meu sorriso que gargalha e sacode, ele se escondeu
após o luto e ainda não voltou, quero ficar por mais alguns minutos maluquinha,
lelé da cuca, do jeitinho que estava
naquela hora e talvez, isso eu tenha que aprender mais.
A parte boa é descobrir que toda esta porção
agora também é minha para experimentar.
Tudo meu! Se para trazer meu sorriso de volta preciso ficar maluca ok, aceito! Não é interessante perceber que para buscar a sanidade tenhamos que conhecer a loucura? (Coisas para se pensar: Parte I)
Tudo meu! Se para trazer meu sorriso de volta preciso ficar maluca ok, aceito! Não é interessante perceber que para buscar a sanidade tenhamos que conhecer a loucura? (Coisas para se pensar: Parte I)
E ainda tem isso!
Comecei a querer encontrar respostas em tudo, e de verdade, estou sem paciência
para um monte de coisas, pessoas e situações.
Estou com uma
preguiça gigante da “chatice humana”, confesso que estou deliciosamente fora do ponto, se me provocar eu respondo,
se eu abraçar dou rodopio e se estiver feliz vou chorar, se gritar comigo vou revidar, se tentar me invadir vai ouvir
um “passa fora” e se quiser sumir de mim vou sumir de você!
Que tal? Entenda isso como uma louca respeitando você ok? (Coisas para se pensar: Parte II)
Que tal? Entenda isso como uma louca respeitando você ok? (Coisas para se pensar: Parte II)
Mas aviso aos familiares, amigos, vizinhos e pacientes: Fiquem tranquilos, minha parte focada,
equilibrada, profissional e consciente ainda existe e está preservada, não vou
abrir mão dela, na verdade preciso de tudo que ela me dá!
Caminhei, estudei, trabalhei e investi demais para estas conquistas e não vou abrir mão nem por um
segundo da estrada que trilhei, vou apenas confessar que poderia ter ficado mais
leve em várias etapas deste processo.
Sei lá o que
aconteceu aqui, não sou minha terapeuta!
Por certo que aproveitando este momento refleti que " esta louca" já existia! Só não tinha muita chance a coitada! Na verdade, já é meio estranho alguém que dança tango, faz aulas de mandarim, e come doce com salgado juntos. Eu já era estranha! Será?! (Ui, medo!)
Por certo que aproveitando este momento refleti que " esta louca" já existia! Só não tinha muita chance a coitada! Na verdade, já é meio estranho alguém que dança tango, faz aulas de mandarim, e come doce com salgado juntos. Eu já era estranha! Será?! (Ui, medo!)
Por isso, decidi
usar minha porção “maluquete “ por enquanto, e por favor não estranhe se me
encontrar cantando na frente do espelho, falando sozinha ou gesticulando como
se estivesse com alguém, vou tentar sair do sério por que esta coisa de adulto
está muito chata!
Talvez isso me
ajude a como fazer minha oração de final de ano, até lá certeza que vou ouvir:
- Você esta
louca?
E para esta pergunta vou
responder:
- Sim estou louca
e muito bem, obrigada!
Abraço,
Cris.
Cris.