domingo, 1 de julho de 2012

Você sabe com quem está falando?

Fonte: Google



Eu achei que esta pergunta era algo do tipo “lenda urbana”, mas sabe que não é? Ela existe mesmo!

Esta não é uma obra de ficção.

Sábado pela manha, aproveitando o dia lindo que estava por aqui acordei um pouco mais cedo do que o normal coloquei um jogging, amarrei o cabelo e fui  dar uma caminhada, incrível o que um dia de sol é capaz de inspirar em se tratando desta cidade!

Voltei satisfeita com a minha decisão matinal, percebi o adiantado da hora e ao invés de pilotar o fogão resolvi comprar comida em uma casa de massas e congelados da qual sou fã e assídua frequentadora, minha opção salva vidas nestas situações.

Há muitas facilidades nesta escolha, mas três são bem importantes: Fica bem perto da minha casa, as comidas de lá são deliciosas, e o estacionamento tem um recuo na calçada onde há quatro vagas para estacionar em diagonal, elas normalmente estão sempre ocupadas, para minha sorte havia apenas um carro apesar do lugar estar cheio.

Entrei ainda em dúvida do que comprar, circulei um pouco, escolhi, fui para o caixa, paguei e quando quis sair percebi um carro estacionado exatamente atrás do meu. Eu não entendi, pois havia duas vagas sobrando, mas para você entender: A manobra para estacionar resume-se em virar à esquerda e ficar entre os traços que demarcam a vaga. Simples assim!

Larguei a comida no banco e retornei para perguntar de quem era o carro, naturalmente esperando uma resposta do tipo: “É meu, desculpe!”.

Ao invés disso ouvi em tom alto e contrariado:

- É meu, por quê?

Ainda com um sorriso simpático, ia começar a falar que precisava sair quando me deparo com uma mulher de meia estatura, com idade entre os 45 e 50 anos, cabelo curto e laranja, vestindo uma blusa branca transparente e com o braço cheio de pulseiras barulhentas sacudindo a chave do carro enquanto levantava a mão.

Tirei o sorriso da cara e falei séria:

- Você pode tirar o carro para eu sair, por favor?

A resposta foi tão imediata quanto surpreendente:

- Não, mas você pode esperar até eu escolher e terminar de comprar meu almoço, quando eu sair você sai.

Pausa: Até poucos minutos atrás eu estava bem humorada, feliz com o lindo dia de sol, comprando um almoço delicioso, planejando uma tarde de encontro com amigas me deparo com alguém determinada a sair de casa para empacar o samba de outro alguém. E de quem era o samba? Meu claro!

Minha cabeça deu branco, sério! Demorei a contabilizar, estou de saída e preciso esperar alguém que acabou de chegar, que ainda vai escolher, embalar, entrar na fila do caixa para depois tirar o carro que está atrás do meu e então eu poder sair?

Sim era isso. Foi o que ouvi.

Mesmo assim tive dúvida, mas a postura prepotente desta senhora foi convincente. Acreditei nela.

As pessoas já estão virando para trás, os pacotes ficam suspensos à espera dos seus donos e neste momento o silencio já se mistura ao perfume extra forte inapropriado para a hora e local.

Entendi tudo! Atenção, é o que ela quer, certamente está triste, precisando de companhia um pouco de afeto sei lá! As pessoas encontram maneiras estranhas de pedir ajuda, e às vezes as coisas ficam esquisitas, vai saber!

Ou, é alguém prepotente, invasiva, inadequada, mimada, sem limites, típica de alguém perdido, sem contexto e com total falta de educação.
Ainda em dúvida pelo inusitado da situação respondi firme, mas educadamente:

 - Não!Eu não posso e não quero esperar você comprar suas coisas para poder sair, tem vaga aqui ao lado, tira o carro, por favor!

Estou na porta e neste momento ela já caminha em minha direção e faz uma pergunta:

- Você sabe com quem está falando? Por que você não faz uma manobra e sai?

Sim, como já disse, esta pergunta existe! E acabou de ser feita para mim, que incrível!

Pronto, já estou ciente do acontecido, acabaram-se as duvidas e a resposta é a segunda opção que acabei de citar.

Já de posse do meu controle e com sério risco do meu almoço esfriar, usei uma resposta que li em um e-mail bem conhecido.

- Não S E N H O R A! (esta parte falei bem devagar e sorrindo), não sei com quem estou falando, mas se precisar da minha ajuda, posso ligar para alguém que possa ajudar identifica-la, quer?

Alivio geral. Todos começam a rir, e o embaraço foi visto no rubor imediato que fez contraste com o cabelo laranja, quase tive pena, mas foi quase. Passou bem rapidinho.

Não tenho paciência com este tipo de comportamento.

Ela tirou o carro, voltou para comprar seu almoço e eu fui embora pensando.

“Tomara que alguém saiba a resposta da pergunta que ela me fez! Por que se não, o que ela vai dizer quando atender ao telefone e alguém perguntar: Quem está falando?”

Coisas da vida!


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